Gerando renda com reciclado
THATIANA PIMENTEL DO D.P.
Jornais, garrafas pet, escamas de peixe, latinhas são usados por alguns artesãos que estão na Fenearte
Jornais velhos por R$ 75, garrafas pet usadas por R$ 300, escamas de peixe a partir de R$ 5, latinhas de cerveja vazias custando R$ 700. Você pode encontrar tudo isso na XII Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), que vai até o próximo dia 10 deste mês, no Centro de Convenções de Pernambuco. Não se interessou né? E se isso tudo fosse apenas matéria-prima para luminárias, molduras, sofás, colares e esculturas? Pois é, na feira, tem muita gente ganhando dinheiro com reciclagem e reutilização do lixo nosso de cada dia.
“Acordo por volta das seis horas da manhã e vou caminhar. Durante uma hora de passeio, chego a recolher 250 latinhas. Aí volto, coloco tudo para derreter e faço minhas peças. É um trabalho que ajuda o meio ambiente e garante meu sustento”, afirmou o artista plástico Delano Conserva de Souza. A frase resume bem o conceito de artesanato baseado no reaproveitamento de material, tendência está presente em vários estandes da Fenearte. Delano fica no número 204 da feira e já vendeu 50% dos produtos que preparou para o evento. No seu estande, os visitantes podem encontrar desde esculturas, por R$ 70, até um xadrez em tamanho ampliado, que custa R$ 700.
No estande 138, a surpresa é garantida com as caixas, baús, abajures e luminárias feitas com jornal reciclado que o Núcleo Social Nassau recebe do Diario. Muita gente nem acredita que os produtos são de papel e é comum ver as pessoas manuseando os objetos. Simone Sabino e Maria Cunha, participantes do Núcleo, garantem que a surpresa é constante. “As pessoas primeiro param por causa do preço, que para produtos de madeira é muito baixo, depois ficam impressionadas com a perfeição dos objetos”, afirmou Simone.
Já no espaço Amape, número 460, as famosas garrafas pet são matéria-prima para flores decorativas (a partir de R$ 15), esculturas (R$ 15) e até sofás (R$ 300). “Nosso objetivo é ajudar famílias carentes a ganhar dinheiro através do lixo. Produzimos muito lixo, está na hora de produzirmos muita arte também. Em quatro dias de feira já vendemos 70% de tudo o que trouxemos”, disse Alverto Silva.
No estande Flor do Mar o sucesso também é evidente. “Somos especialistas em escama de peixe. Exportamos até para a França e Holanda”, completou, entre uma venda e outra, a idealizadora do projeto, Cleide Cunha. Segundo ela, os produtos são resultados de oficinas com mulheres de Igarassu. Outros espaços com reciclados são Tareco e Mariola, Artpapel, Murilo Albuquerque e o Bruno Daltro - Papel Machê.
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