quinta-feira, 7 de julho de 2011

RECICLADOS QUE GERAM RECEITA

Gerando renda com reciclado
THATIANA PIMENTEL DO D.P.
Jornais, garrafas pet, escamas de peixe, latinhas são usados por alguns artesãos que estão na Fenearte
Jornais velhos por R$ 75, garrafas pet usadas por R$ 300, escamas de peixe a partir de R$ 5, latinhas de cerveja vazias custando R$ 700. Você pode encontrar tudo isso na XII Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), que vai até o próximo dia 10 deste mês, no Centro de Convenções de Pernambuco. Não se interessou né? E se isso tudo fosse apenas matéria-prima para luminárias, molduras, sofás, colares e esculturas? Pois é, na feira, tem muita gente ganhando dinheiro com reciclagem e reutilização do lixo nosso de cada dia.

“Acordo por volta das seis horas da manhã e vou caminhar. Durante uma hora de passeio, chego a recolher 250 latinhas. Aí volto, coloco tudo para derreter e faço minhas peças. É um trabalho que ajuda o meio ambiente e garante meu sustento”, afirmou o artista plástico Delano Conserva de Souza. A frase resume bem o conceito de artesanato baseado no reaproveitamento de material, tendência está presente em vários estandes da Fenearte. Delano fica no número 204 da feira e já vendeu 50% dos produtos que preparou para o evento. No seu estande, os visitantes podem encontrar desde esculturas, por R$ 70, até um xadrez em tamanho ampliado, que custa R$ 700.

No estande 138, a surpresa é garantida com as caixas, baús, abajures e luminárias feitas com jornal reciclado que o Núcleo Social Nassau recebe do Diario. Muita gente nem acredita que os produtos são de papel e é comum ver as pessoas manuseando os objetos. Simone Sabino e Maria Cunha, participantes do Núcleo, garantem que a surpresa é constante. “As pessoas primeiro param por causa do preço, que para produtos de madeira é muito baixo, depois ficam impressionadas com a perfeição dos objetos”, afirmou Simone.

Já no espaço Amape, número 460, as famosas garrafas pet são matéria-prima para flores decorativas (a partir de R$ 15), esculturas (R$ 15) e até sofás (R$ 300). “Nosso objetivo é ajudar famílias carentes a ganhar dinheiro através do lixo. Produzimos muito lixo, está na hora de produzirmos muita arte também. Em quatro dias de feira já vendemos 70% de tudo o que trouxemos”, disse Alverto Silva.

No estande Flor do Mar o sucesso também é evidente. “Somos especialistas em escama de peixe. Exportamos até para a França e Holanda”, completou, entre uma venda e outra, a idealizadora do projeto, Cleide Cunha. Segundo ela, os produtos são resultados de oficinas com mulheres de Igarassu. Outros espaços com reciclados são Tareco e Mariola, Artpapel, Murilo Albuquerque e o Bruno Daltro - Papel Machê.

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