quarta-feira, 16 de março de 2011

PROCURAM-SE ENGENHEIROS

por Rosa Falcão
rosafalcao.pe@dabr.com.br Edição de quarta-feira, 16 de março de 2011

Estudo aponta que desafio é garantir volume de diplomados para suprir necessidades

Como sustentar o crescimento econômico real de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) com a quantidade e a qualidade de mão de obra formada pelas universidades brasileiras? Este é o questionamento feito pelos técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no boletim ´Radar: tecnologia, produção e comércio exterior`. A publicação estima que em 2020 o país poderá formar entre 1,5 milhão e 1,8 milhão de engenheiros. Suficientes para ocupar as 765 mil vagas formais que deverão ser criadas. O desafio é garantir que o volume de diplomados vai suprir a demanda por profissionais qualificados.

Os técnicos do Ipea desenvolveram uma metodologia própria onde estimam o número de engenheiros que o país formará num cenário de nove anos. Em 2000 foram diplomados 24 mil profissionais em todas áreas da engenharia, dobrando para 47 mil em 2008. Somando aos já diplomados se chegará a oferta de 1,5 milhão de profissionais até 2020. ´O delicado é que não se trata de cruzar o número devagas com o número de diplomados. O problema é garantir a qualidade de formação e reter esses formados na área profissional`, sinaliza Rafael Pereira, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea.

Como nas décadas de 1980 e 1990 o ritmo de crescimento econômico foi baixo, os engenheiros formados não tinham emprego, ganhavam pouco e buscavam atrativos em outros setores de atividades. O estudo do Ipea mostra que em 2001 quase 70% dos diplomados trabalhavam em outras funções. Em 2008, o desvio de função caiu para 38% e em 2009 ficou em 29%. Na outra ponta, as empresas estão demandando mais profissionais de engenharia e falta mão de obra qualificada.

´Se vai faltar ou não engenheiro vai depender do nível de crescimento e da formação desses profissionais que saem das universidades públicas e privadas`, reforça Pereira. O técnico do Ipea cita os dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2009, que revelam que houve redução da desigualdade entre os alunos menos e mais escolarizados, mas o país continua entre os piores avaliados em educação pela (Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O estudo do Ipea mostra também que uma parcela pequena dos alunos formados pelas universidades públicas e privadas tem boa avaliação no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). ´O grosso dos formandos vem de instituições com nível de ensino médio ou baixo`, reforça o técnico do Ipea. Conclusão: até 2020 temos uma margem curta para aumentar a oferta desses profissionais mais demandados para sustentar o crescimento econômico do país

Fonte: D.P.

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